Os incríveis painéis de Athos Bulcão


Painel de azulejos, Centro de Formação e Aperfeiçoamento da Câmara dos Deputados - CEFOR, 2003.. Foto: Edgar César Filho



Athos Bulcão é conhecido por seus painéis e a maioria deles estão nos arredores de Brasília. 
Foi um artista que produziu pinturas, máscaras, gravuras e fotomontagens, mas sua contribuição maior e que o projetou consiste na parceria com a arquitetura e arquitetos como Oscar Niemeyer, João da Gama Filgueiras Lima (Lelé), entre outros. Utilizando-se de materiais como azulejos, cerâmica, madeira, fórmica, mármore e concreto transmutou-os em arte com suas cores, formas, relevos, geometrias criando ritmos, encantamentos e surpresas agradáveis em locais que poderiam passar despercebidos ou escondidos.     

Athos e Oscar Niemeyer, 1985. Foto: Arquivo


Painel de azulejos, Memorial da América Latina, 1988. Foto: Tuca Reinés

Nascido no Catete, Rio de Janeiro, em 2 de julho de 1918, Athos passou sua infância em uma casa ampla em Teresópolis. Enquanto crescia, passava muito tempo dentro de casa e, por ser muito tímido, misturava fantasia e realidade. Na família havia um interesse pela arte e suas irmãs o levavam freqüentemente ao teatro, ao Salão de Artes, aos espetáculos das companhias estrangeiras, à ópera e à Comédia Francesa. Athos aos quatro anos ouvia Caruso no gramofone, e ensaiava desenhos sem, no entanto, chamar a atenção da família. Chegou às artes graças a uma série de acidentais e providenciais lances do acaso.

Painel de azulejos, Batistério, Catedral Metropolitana de Brasília, 1970.. Foto: Edgar César Filho



Painel de azulejos, Parada de descanso, Parque da cidade, 1985. Brasília – DF, Brasil. Dimensões 212 x 1820 cm. Foto:


Athos foi amigo de alguns dos mais importantes artistas brasileiros modernos, os maiores responsáveis por sua formação. Carlos Scliar, Jorge Amado, Pancetti, Enrico Bianco - que o apresentou a Burle Marx -, Milton Dacosta, Vinicius de Moraes, Fernando Sabino, Paulo Mendes Campos, Ceschiatti, Manuel Bandeira entre outros.

Painel de azulejos, Residência particular, 2001. Brasília – DF, Brasil. Dimensão 229 x 642 cm. Foto: Foto: Edgard César


Aos 21 anos, os amigos o apresentaram a Portinari, com quem trabalhou como assistente no Mural de São Francisco de Assis na Pampulha e aprendeu muitas lições importantes sobre desenhos e cores. Antes de pintar, planejava as cores que usaria e acredita fervorosamente que o artista tem de saber o que quer fazer. Athos não acredita em inspiração. Para ele, o que existe é o talento e muito trabalho. "Arte é cosa mentale", diz, citando Leonardo da Vinci.

Painel de azulejos, Instituto de Artes da Universidade de Brasília, 1998. Foto: Tuca Reinés
Painel de azulejos, Instituto de Artes da Universidade de Brasília, 1998. Foto: Tuca Reinés

Sua trajetória artística é especialmente consagrada ao público em geral. Não ao que frequenta museus e galerias, mas ao que entra acidentalmente em contato com sua obra, quando passa para ir ao trabalho, à escola ou simplesmente passeia pela cidade, impregnada pela sua obra, que "realça" o concreto da arquitetura de Brasília.

Painel em mural vidrotil, Edifício de Apartamentos da Rua Bolívar, 1955. Foto: Tuca Reinés

Athos Bulcão estava em tratamento contra o Mal de Parkinson desde 1991 no Hospital Sarah Kubitschek, em Brasília. Faleceu após uma parada cardiorrespiratória no dia 31 de julho de 2008, aos 90 anos.
Athos e a Igrejinha Nossa Senhora de Fátima. Foto: Arquivo


Rodoferroviária Brasília Teto em placas metálicas Arq Oscar Niemeyer 1972. Foto: Foto: Edgard Cesar

Fachada em ladrilho hidráulico, Praça da Liberdade, Edifício Niemeyer, 1960. Foto: Tuca Reinés


Muro escultórico, Salão Verde, Câmara dos Deputados, 1976.. Foto: Edgar César Filho


Painel de azulejos, Caixa Econômica Federal de Natal, 1976. Foto: Edgar César Filho


fonte:  http://www.fundathos.org.br 











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